O presente texto tem por finalidade nos
mostrar o que é, e o valor do trabalho estranhado, ou seja, aquele trabalho que
não é intrínseco ao ser humano, que lhe é alheio, externo. Trabalho estranhado
é algo que é estranho, não pertence à essência do indivíduo, seja material ou
espiritual, é algo que gera a alienação. A
conseqüência direta disso é propriedade privada, ou seja, enquanto o homem for
empregado do homem e seu trabalho gerar valor para o último e não à si mesmo,
teremos a propriedade privada e por conseguinte o trabalho estranhado, pois que
não pertence a quem produz.
O
trabalho em essência é subjetivo, mas em sua forma fenomênica se torna
concreto. Todo trabalho gera valor, seja ele qual for, pois valor é um conceito
aplicado à algo ou objeto, por isso mesmo o trabalho que no plano teórico é a
causa, no sistema capitalista, refém da propriedade privada é conseqüência,
deste modo ele vira o objeto da alienação do próprio trabalhador. O trabalho
nesta relação se torna o próprio valor agregado, deixa de ser um fim em si
mesmo para ser um meio do “outro”, pois que ele é privado, de caráter
particular. Não se trabalha para o que, mas para quem, assim, ele faz do
trabalhador seu escravo. O trabalho não dignifica, escraviza, porque quanto
mais se gera valor ao outro, mas dependente deste trabalho se é. O trabalhador
gera valor, mas paradoxalmente, fica mais pobre, refém desta relação subversiva
e cruel. Tem-se que trabalhar mais tempo, para gerar mais valor, todavia, este
valor não é compartilhado, só gera mais lucros ao detentor da propriedade
privada distanciando mais ainda o “dono” do empregado, e este, numa relação de
mais-valia e oferta e procura, passa a se tornar refém do próprio trabalho
explorado, por exatamente ser explorador o trabalho e lhe tomar assim, tempo, “dinheiro”,
dignidade, condições, etc.
O
trabalho é a ferramenta de barganha do patrão em detrimento da condição
do
empregado, e este trabalho estranhado, ou seja, que não lhe é natural,
pois que
não produz riqueza nem muito menos felicidade. Não lhe pertence, não lhe
gera
auto-significação e nem liberdade, é produto diretamente proporcional à
propriedade privada e ao sistema de barganha, ou seja, o ganho do
empregado é o
seu salário. Salário este que é controlado pelo patrão, assim como o
valor do
produto produzido pelo trabalho do empregado aumentando infinitamente de
valor
de acordo com as necessidades de lucros. Assim, estranhamente o
trabalhador que
produz o valor agregado ao trabalho, muitas vezes não pode consumir nem
seu
próprio produto, pois quanto mais valor ele gera, mais pobre e escravo
fica e o produto mais cvaro no mercado. Através do trabalho o homem se
apropria da natureza para gerar valor ao outro,
ser estranho, e através deste mesmo trabalho o mesmo gera si mesmo como
mercadoria, a sua produção lhe atribui valor mercadológico, pois que ele
está
preso na mais valia e na lei da oferta e da procura, como já o dissemos.
A RELAÇÃO DA
PROPRIEDADE PRIVADA E TRABALHO
O
trabalhador estranhado torna-se o capital, e o capital é o homem perdido de si.
Se o capital some, o homem desaparece, não tem mais identidade, o trabalho
passa a ser sua ação de juros, se parar de trabalhar, seu capital perde valor,
ele morre, não consegue mais atender as suas necessidades mais básicas. O homem
enquanto trabalhador é mercadoria, é produto em circulação preso aos caprichos
do capitalista. A existência do capital é sua própria existência, a economia
nacional não reconhece o trabalhador que está fora das relações de trabalho,
ele é um ser inerte.
A
economia nacional reconheceu o trabalho como seu principio, é sua essência
subjetiva e a fisiocracia é a fase intermediária entre o feudalismo e o
mercantilismo. A economia nacional é a inimiga número um, do homem trabalhador,
porque nela está inserida a propriedade privada, que é a evolução da
propriedade fundiária. O capital substituiu a renda per terra, e a indústria
assumiu a face moderna do capitalista. Ela, tirou o homem apropriado do campo,
mas que ainda retinha parte mesmo que insignificante da sua produção, para
aliená-lo na cidade, e o proprietário lhe tomou os meios e os fins da produção.
A economia nacional é particular e irrestrita, defendendo a desigualdade social
e os estamentos de classe. É a Divisão Nacional do Trabalho, para uma economia,
que politicamente, é dominado pelos senhores dos meios de produção. A medida
que o homem é incorporado á propriedade privada como sua essência, não tem mais
como distingui-los e separá-los, a propriedade privada é quem determina o
sujeito, sendo o homem um ser objetivado e tratado externamente na relação
consigo mesmo. Ele deixa de ser causa para ser efeito, massa de manobra, objetos
externos sem substantivação. O homem perde-se a
si mesmo por completo, estando totalmente irrestrito aos sistema.
O que
era a conexão do homem com a terra no feudo, passa a ser sua própria
significação, como não existe mais propriedade privada sem homem e vice-versa,
é o trabalho e o capital quem vai definir e dá valor à ambos. O homem é
desumanizado, já que não tem mais sua essência espiritual, lhe foi retirado
através do trabalho estranhado. E a única coisa que passa o homem a possuir é o
seu salário, que lhe é determinado o valor alheio a sua vontade, assim como já
o dissemos ele equivale a mercadoria e perde valor social, pois quem está fora
das relações de mercado não tem salário e não o tendo, morre, não tem mais
valor ou significado para a propriedade privada e a economia nacional, não é
produtivo e passa a ser encarado como um peso. O capitalista venceu o
proprietário fundiário, apropriando-se de seus meios e sobrepondo-o na
modernidade através da indústria.
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA
Desde os tempos antigos se tem uma preocupação com a formação do indivíduo de uma maneira
completa, na Grécia a Paidéia, na idade média o humanismo. Todavia é com Marx
que isto vai ganhar um sentido radicalmente diferente, na articulação entre
espírito e matéria, e a questão do trabalho entra a tona.
A formação humana é social e histórica, portanto não tem como ser
universal e eterna, não é um modelo ideal a ser perseguido. É o trabalho que
vai fundir e fundar ontologicamente o Homem. É através da apropriação histórica
e cultural que o ser vai se constituindo como membro do gênero humano. A
sociedade de classes produziu um desenvolvimento extraordinário material e
espiritual para a humanidade, entretanto, ao mesmo tempo, esta sociedade de
classes produz profundas desigualdades e diferenças, fazendo com que grande
parte das pessoas não tenham acesso à esse desenvolvimento.
Juntamente
com os outros tipos de sociedade que a nossa história conhece, como a feudal,
asiática, etc, a desigualdade é uma constante entre todas elas. O grande problema,
é que antigamente isto era visto como algo natural por razões sobrenaturais, já
na sociedade moderna, capitalista, é proclamado aos quatro ventos como ideal
maior a igualdade entre os homens. Acontece que nesta sociedade a formação
humana se dá prioritariamente para atender aos interesses do capital, ou seja,
do mercado de trabalho, como o caráter de mercadoria do trabalho não é
devidamente questionado e muitas vezes cegamente aceito, esta formação integral
nada mais é que a desvalorização humana para reprodução do lucro e do capital. A
formação espiritual também fica comprometida, tendo em vista que somente quem
possui o dinheiro tem direito ao acesso a essas coisas. O dinheiro passa a
determinar as condições de cada indivíduo e o que eles representam nesta
sociedade de classes.
A definição de formação integral se dá pelo acesso à – ou seja, numa
sociedade livre deve existir obrigatoriamente a supressão total do capital,
para conseguirmos ser uma sociedade humanizada, emancipada. Como é o trabalho
que funda o ser social, não nascemos humanos , mas nos tornamos humanos através
da apropriação do patrimônio cultural preservado, das suas leis e costumes. E
por sua própria natureza a sociedade burguesa está assentada sobre uma
contradição, que é o ter ao invés do ser, da apropriação do homem pelo homem. A
educação teria a função de libertar o homem, desenvolver seu senso moral, sua
civilidade, sua contribuição cultural, social e política como indivíduo para
toda a sociedade. Trazer desenvolvimento tecnológico, para seu próprio
desenvolvimento e sustentabilidade do planeta, educação física e espiritual,
emancipatória, crítica, individual. Todavia, o que constatamos é que isso
agride frontalmente os interesses da sociedade de classe e dos detentores de
poder. Dessa forma, esta educação sempre será ilusória e limitada enquanto
tivermos a exploração do homem pelo homem e sua consequente escravização.
A educação plena não existe, do ponto de vista de relatividade que é o
nosso mundo dual - ela deve existir para superar o capital na
luta e no desenvolvimento de uma nova sociedade. A educação ainda é um
poderoso
instrumento de controle ideológico para o capital, mas deve voltar às
mãos dos
homens livres, para a construção de um novo modelo de desenvolvimento
social.
Ativismo político e cidadãos mais críticos estariam na base dessa nova
sociedade e somente assim a educação poderia livrar o homem do homem, a
educação formal deveria levar ao homem uma nova concepção de vida. Ou
seja, a
educação deveria ser baseada completamente na lógica, na ciência na
religiosidade, na intuição e na
análise de si mesma e nas suas relações contraproducentes para o Homem,
assim
como conseqüência, teríamos indivíduos politicamente ativos em sua
comunidade.
EDUCAÇÃO
DOS PAÍSES PEIRFÉRICOS
O presente parágrafo aborda a criação do Banco Mundial e sua conseqüente influência na
educação dos países chamados de terceiro mundo ou periféricos. O Banco Mundial
surge no pós-guerra, como tentativa de países ocidentais liderados pelos EUA,
de equilíbrio e fortalecimento econômico para a Guerra Fria. Por isso os
primeiros alvos foram Europa e Japão. Na ONU, criou-se a UNESCO, órgão
responsável pelos ditames teóricos e pedagógicos das políticas internacionais
na área de educação. Todavia, no clima de hostilidade à União Soviética, este
órgão defendia os interesses de liberdade individual, ou seja, alinhava-se aos
americanos.
Temos que perceber como o interesse do Capital sempre foi preservado em
detrimento
de qualquer outra área, inclusive alinhando a educação ao mesmo. Com a
crise do
petróleo em 1973, o Capitalismo conhece sua maior crise estrutural,
dessa
maneira ele precisa de uma “refundação”, principalmente ideológica para
não
colapsar de vez. Sai-se do processo industrial conhecido como Fordismo
para o Toyotismo,
definitivamente. Dentro deste processo de re-significação, a educação é
vista
como matéria-prima primordial deste nascente e novo modelo. A educação
formal, já existia à divisão internacional do trabalho, porque não
alinhar o
processo de desenvolvimento cognitivo do ser ao mesmo? Claro que sim,
desta
forma, é submetido aos países pobres um novo “programa”, modelo de
desenvolvimento. Mas como se faz isso? Simplesmente subjugando essas
nações. De
que forma? Através do eixo principal do Capitalismo, o capital, o
dinheiro, o
poder econômico. Aí entra o papel do Banco Mundial, através de vultuosos
empréstimos sob o pretexto de financiar o crescimento destes países,
quando na
verdade era apenas uma maneira direta de escravizá-los através de suas
dívidas
impagáveis, por conta dos juros abusivos cobrados em cada empréstimo
feito.
Além disso lhes é dada uma “cartilha” de administração política, tendo
como
referencial os países desenvolvidos, esquecendo a historicidade de cada
nação e
o princípio de auto-determinação dos povos, para não ir mais longe, os
principais fatores de empobrecimento destes países, como os africanos,
recém
independentes e filhos de uma estupenda exploração e mutilação cultural,
que
existe até hoje, gerando violentas guerras civis, por conta do processo
de
apropriação realizado na colonização africana no século XIX.
Temos no
fim dos anos 80 o famigerado neoliberalismo, com Augusto Pinochet no Chile como
cobaia, depois Reagan, nos EUA, Margareth Tatcher e Helmut khol, na Inglaterra e
Alemanha respectivamente, como seus maiores expoentes. É a vitória suprema da
Escola de Chicago, capitaneados por Milton Friedman, Nobel de Economia, em
1985. E a educação muito sofreu com
isso, porque, passou-se a defender a tese do Estado Mínimo juntamente com a
não-intervenção deste Estado sobre o capital, nem como intermediador e, ou
regulador. E o que significa o Estado
Mínimo? É o Estado que abre mão, abdica de investimento em áreas fundamentais
como educação, saúde e políticas sociais, para se dedicar as suas funções
jurídicas e investir de acordo com os interesses do capital, ou seja, economia,
infra-estrutura e modernização dos aparelhos burocráticos, por exemplo. A
educação foi deixada completamente de lado? Não, todavia, passou a ser
reprodutora do novo discurso capitalismo, que era a igualdade de condições, o
made-yourself, a liberdade individual e intelectual. A educação passou a ser
instrumento imprescindível à preparação do ser ao mercado de trabalho. O
capitalismo em essência é de caráter particular, logo não pode atender ao
interesse geral da raça humana, assim, a educação formal foi efetivada e ainda
é cultuada no seu aspecto mais cientificista, ou seja, criar e desenvolver
cientistas e mão de obra devidamente qualificadas e direcionadas á atender aos
interesses da classe dominante, as vagas a serem preenchidas no mercado,
ofertadas pelas indústrias, etc. Perdeu-se a educação integral do ser, para a instrução total do homem.
A
educação formal passou a ser mais um instrumento de mercantilização e
escravidão do homem, gerando o trabalhador estranhado, que ao invés de
reconhecer a si mesmo, mais que nunca se torna mercadoria, com a única
diferença de estar mais qualificado, ou seja, mais valorizado. Isto, para
aqueles que tem condições de terem acesso a essa educação, inflamando mais
ainda a divisão social e a divisão internacional do trabalho, por isso o
desenvolvimento das qualificações técnicas em detrimento do ensino público e
gratuito universitário nos países de terceiro mundo, que se tornaram totalmente
reféns do sistema. Todavia o discurso foi e é, de sinergia, de trabalhadores
mais versáteis, desenvolvidos, competentes em diversas áreas, diminuindo assim
as ofertas de vagas existentes. É este modelo que ainda continua sendo
amplamente desenvolvido inclusive no nosso país.
O
PRINCÍPIO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática tem se
tornado um dos motivos mais freqüentes, na área educacional, de debates,
reflexões e iniciativas públicas, a fim de dar seqüência a um princípio posto
constitucionalmente e reposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Comumente, o princípio da
gestão democrática tem sido mais referido à eleição de diretores ou diretoras em escolas públicas. Entretanto, sem negar essa
possibilidade, cumpre o dever de averiguar a situação posta e os desafios
estabelecidos por essa constituição inédita.
A gestão, dentro de tais parâmetros, é a
geração de um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma,
democrática, já que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e
pelo diálogo. Termos de medo e de autoritarismo, quanto uma maneira de se propor
a gestação de uma nova maneira de se administrar a coisa pública. Seja em
contraposição a esta cultura instalada tradicionalmente,
seja em função da insistência na cooperação, a divisão de atribuições, a assinalação
de objetivos comuns com normas nacionais gerais, indicam que, nesta
Constituição, a acepção de sistema se dá como sistema federativo por
colaboração, tanto quanto de Estado Democrático de
Direito. Este
princípio, ainda que abrangendo tão só os sistemas de ensino propriamente
públicos, se justifica como tal, com maior razão, porque a educação escolar é
um direito próprio de um serviço público por excelência. Daí a educação
escolar se tornar pública como função do Estado e, mais explicitamente, como
dever do Estado, a fim de que cada indivíduo possa se autogovernar como ente
dotado de liberdade e ser capaz de participar como cidadão consciente e crítico
de uma sociedade de pessoas livres e iguais.
O grande
problema é exatamente este, quando concebida, a LDB
também é subserviente aos interesses do capital, pois que coloca na
família a
primeira responsabilidade da educação formal do indivíduo, além de, como
ter um
espaço de gestão de educação se não for democrático? Assim, a
nomenclatura gestão democrática de educação, na verdade é um "senhor
pleonasmo". O estado passa a
regulamentar o interesse privado, quando deveria ser público por
excelência,
quase como um favor ao cidadão. O Estado nega a si mesmo, define-se
incapaz, e
passa a ter que gerar leis para manutenção de um modelo que nega ao
indivíduo a
sua emancipação social, esta é uma grande farsa. Ou seja , a educação
pública, gratuita, universal e de qualidade, deveria ser obrigação, mas o
Estado afirma sua incompetência e ineficiência ao tentar regulamentar e
legitimar a educação privada. A constituição diz outra coisa.
Num primeiro momento, trata-se da gestão dos
recursos, sua eficiência, transparência e modernidade nos meios. Como
formas alternativas e complementares do processo democrático representativo,
como que a reforçar o princípio democrático-rousseauniano da “vontade geral”. A
gestão democrática é um princípio do Estado nas políticas educacionais que
espelha o próprio Estado Democrático de Direito, postulando a
presença dos cidadãos no processo e no produto de políticas dos governos. Os
cidadãos querem mais do que ser executores de políticas, querem ser ouvidos e
ter presença em arenas públicas de elaboração e nos momentos de tomada de
decisão. Trata-se de democratizar a própria democracia. Assim acontece com o
projeto de orçamento participativo, tão em voga em nossa prefeitura. É neste sentido que a gestão
democrática é um princípio constituinte dos Conselhos intra-escolares como os
Colegiados, o Conselho da Escola, os Conselhos dos Professores e outras formas
colegiadas de atuação. A gestão democrática da educação é, ao mesmo tempo,
transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho
coletivo, representatividade e competência. Neste sentido, a gestão
democrática é uma gestão de autoridade
compartilhada. Mas, por implicar tanto unidades escolares como sistemas de
ensino, a gestão vai além do estabelecimento e se coloca como um desafio de
novas relações (democráticas) de poder entre o Estado, o sistema educacional e seus agentes.
No dizer, “trata-se da grande farsa educacional que consiste em separar
a
qualidade da quantidade, que são conceitos dialeticamente independentes,
para
mistificar a realidade do nosso pseudo-ensino." A grande frustração que a
LDB
nos traz é o fato de que ela não entra profundamente na ferida, não mexe
nas
estruturas escolares, não propicia o surgimento de um novo modelo. E o
que é pior, coloca no seio da sociedade o dever de educar quando caberia
ao próprio Estado fazê-lo. Não basta
apenas legislar sobre o que deve ser feito, mas como ser feito, embora
isso
seja impossível enquanto nossos parlamentares estiverem atendendo aos
lobbies
capitalistas. Nosso sistema de ensino continuará sendo fraudulento e não
permitirá a educação de um cidadão verdadeiramente crítico. O estado não
favorece o libertar do ser através do ensino integral, pelo contrário,
retira
sua responsabilidade, a divide dentro da própria federação e faculta o
surgimento de modelos como “educação para todos”, “amigos da escola”,
“todos
pela educação”, ou seja, o indivíduo tem que participar ativamente da
educação
de outros indivíduos e para isso precisa gerar e ter competência, quase
sempre
de maneira particular, o ensino público perde espaço.
Caberá ao ensino privado trabalhar as nossas
crianças e construir o cidadão ideal? Mas como uma empresa capitalista
de
interesse privado pode primar pelo interesse geral? Simples. Não pode!
Assim a
“libertação” através da educação sempre será de caráter parcial, tendo
em vista
apenas criar seres pensantes dentro de um modelo que atenda aos
interesses
mercadológicos, assim é normal que as atividades intelectuaais de
caráter
subjetivo tenham menos valor, porque geram menos dinheiro, além de
representarem uma ameaça ao sistema algumas vezes. Assim, disciplinas da
área
de humanas terão menos valor monetário, e disciplinas das áreas que
aumentem a
produtividade e o desenvolvimento da tecnologia terá mais valor
agregado,
porque gerará mais lucros e fatalmente gerará mais trabalho estranhado,
ou seja,
menos consciente de si. Daí a expressão “força de trabalho”, quando,
entretanto, o trabalho é inerente ao homem e é a sua mais perfeita
representação
subjetiva. Nos moldes de ensino privado, só teremos adultos
mercadológicos e escravos, frutos de um sistema alienatório, a filosofia
perde espaço entre outras coisas. No ensino privado temos a automática
repetição de um modelo, e não a superação do mesmo, e não por acaso que
no nosso país ao invés de investir-se pesado nas Universidades, no
desenvolvimento de tecnologia e trabalhos científicos, investe-se mais
que o dobro em "compras de vagas em universidades privadas" e Escolas
Técnicas, esta é mais uma maneira de enganar e escravizar ao povo!
Texto muito esclarecedor e ótima fonte de pesquisa.obgda
ResponderExcluirResumiu perfeitamente, tenho aula desse livro hoje e se não fosse você...! Portanto, obrigada.
ResponderExcluirVou fazer prova amanhã. Espero que me salve :(
ResponderExcluirtexto claro bom de ler
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