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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BREVE RESUMO DA COLONIZAÇÃO DO CEARÁ

    Colonização:

   A Colonização no território cearense inicia-se de fato apenas no século XVII, com Pero Coelho em 1603 e, logo após com Martins Soares Moreno. São, na verdade, expedições militares que tentam primeiramente domar o território e expulsar piratas e missões estrangeiras, elas ficaram conhecidas como Entradas. Franceses e Holandeses foram, aqui, na Capitania do Siará-Grande, os principais invasores do nosso território. Inicialmente os navios aportavam pela foz do Rio Ceará, e depois pela Baía do Mucuripe. Matias Beck, comandante naval da Frota Holandesa, funda o forte de Schoonemborck, onde fica atualmente a 10 Região Militar. O conquistador Flamengo busca em nossas terras a madeira de pau-violête, que era de qualidade, apesar de um preço menor que o pau-brasil, na Europa. Martins Soares Moreno consegue expulsar os estrangeiros, refunda-o com o Nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e funda os primeiros núcleos urbanos em amizade com os indígenas. Todavia, na maioria das localidades os silvícolas oferecem resistência ao Homem Branco, passando a partir dos anos 1700, a serem colonizados especialmente por missões jesuítas. É importante destacar que a presença de outros conquistadores Europeus em nosso território, principalmente o Holandês, se dá pela busca de novas terras para expandir seu comércio transcontinental de cana de açúcar, e o Mercantilismo, prática comercial da época, que acirrava as disputas entre metrópoles no Velho Continente.   O território cearense era de difícil manejo, o que muito dificultou tanto a agricultura como a instalação de fazendas de cana de açúcar, tanto pelo clima seco e árido e o solo pedregoso, por isso o pouco interesse da Coroa Portuguesa em explorar nosso território. A província não apresentava atrativos econômicos, além do fracasso que foi o sistema de capitanias hereditárias, tendo inclusive o Donatário local, Antônio Cardoso de Barros, sequer ter vindo tomar posse de suas terras. A resistência indígena, o clima seco, o solo pobre, a não existência de minerais preciosos nem pau-brasil, fez com que nossa colonização fosse ínfima, praticamente restringindo-se a pequenos núcleos urbanos pelo litoral e ao longo dos rios até o final do século XVII, onde de fato tudo começou, é nesse momento que os principais núcleos vão começar a se desenvolver.
                      ECONOMIA COLONIAL
    A capitania do Siará-Grande, a partir de 1656 até 1799, vai ser vinculada administrativamente à Pernambuco, local mais próspero e rico, onde se produz açúcar, voltada para o mercado externo. E é na segunda década do século XVIII, em 1720, que aparecem os primeiros documentos tratando do aparecimento do Gado, trazidos provavelmente por holandeses deste o século anterior, e esta atividade comercial vai ser a grande responsável pelo povoamento e colonização do nosso território. Com praticamente nenhuma presença de escravos negros, tendo em vista as pouquíssimas fazendas de engenho, limitando-se à região do Cariri, do Vale do Jaguaribe e litoral, o Ceará passa a ser procurado por forasteiros - tanto portugueses que tinham vindo tentar a vida em terras brasileiras após  a União Ibérica e a crise financeira na Ásia de Portugal, como principalmente homens livres de outros partes da colônia como PB, BA e PE, que expulsos do Litoral, povoado pelas fazendas de Açúcar, deveriam procurar terras virgens, lhes restando apenas as terras do Sertão Nordestino. Seguindo o curso dos rios, principalmente pelo Vale do São Francisco, da BA, passando por SE até chegar ao CE e o Piauí, através do Vale do Acaraú, chegaram à terras cearenses, e iniciaram uma agricultura de subsistência e a pecuária extensiva, pois o gado era criado livre sempre em busca de melhores terras. A mão de obra utilizada é principalmente a indígena por vários motivos, tais como: necessidade de poucas pessoas para criar o gado, a mão de obra negra era muito cara já que era importada, e como a criação era extensiva, facilitavam as fugas, o índio, que passara a ser colonizado pelas missões católicas nos Aldeamentos (localidades onde era desenvolvido as atividades religiosas para conversão dos indígenas e sua submissão, muitas vezes través da guerra e perseguição), por ser da terra, já conheciam bem o território e se adaptavam melhor ao clima. Além claro do pouco capital existente. As fazendas de gado, conhecidas como Fazendas de Criar, eram em grande parte usadas por colonos que poderíamos classificar como homens livres, ou seja, caboclos e mamelucos descendentes do cruzamento das raças. Elas representavam o primeiro grande núcleo de povoamento do estado, sendo seguidas por casebres habitados por gente pobre, mas que tinha a sua “roça” para consumo próprio. Elas geralmente ficavam em regiões ribeirinhas, principalmente ao longo dos rios Jaguaribe, Poti e Acaraú, até chegar no Delta do Parnaíba no PI. Representaram a primeira unidade social-econômica existente. Cada uma delas simbolizava uma família, com o passar do tempo foi-se desenvolvendo uma relação patriarcal – onde os moradores em troca de casa, comida e alimentos, trabalhavam para os grandes proprietários de terras, nos quais muitos eram de PE, chegando inclusive a mandar seus representantes para tomar posse de seus domínios. Assim surgi além dos atuais latifúndios, as relações de compadrinhamento. Foram os grandes responsáveis pelo financiamento das guerras contra os índios em busca de novas terras e fundaram uma economia quase totalmente amonetária. Os índios, que muito lutaram contra a colonização inclusive muitas vezes se organizando em confederações, ou seja, a união entre várias tribos, foram em grande parte dizimados com crueldade, tanto pelas expedições militares das Entradas e Bandeiras, como pelas próprias missões jesuíticas, sendo após isso, já no inicio do século XVIII, considerados pela Coroa “apaziguados”.



         O SERTANEJO:

   O sertanejo é uma construção social, física e cultural. Ele surge com o passar das décadas e das misturas étnicas. É o homem livre que se fixa que na terra por falta de espaço no litoral, é o ser que vagueia pelo sertão em busca de novas terras levando suas boiadas ao longo dos cursos dos rios e aos poucos vai constituindo-se parte irremediável da paisagem do semi-árido. No início, pouco valor dá à agricultura, mas com o aumento dos núcleos populacionais é obrigado a exercê-la tendo em vista sua sobrevivência e o mercado interno. Passa inicialmente a produzir o milho, o feijão e a mandioca que apreende dos indígenas, para já a partir da década de 30 nos anos 1700, conhecer a cultura do algodão e a salga da carne, iniciando o ciclo das charqueadas. Do gado muito era utilizado - o couro para sapatos e vestimentas, do casco do boi a matéria prima para instrumentos agrícolas além da sua carne e leite. Neste contexto surge a figura do vaqueiro, responsável pela criação dos bois na mata selvagem, desafiando as intempéries do clima. É uma espécie de nova classe que surge amparada pelos donos de terras, uma espécie de braço direito, que passa  conhecer e dominar o território na “palma da mão”. Com o charque a economia da província cresce, o comércio aumenta a demanda populacional que aos poucos vai transformando pequenos núcleos em vilas maiores. Lembrando que é nesse mesmo período que se dá a descoberta do ouro nas Minas Gerais, logo o comércio inter-provincial inicia-se, sendo o CE grande responsável pela produção de alimentos consumidos em outras regiões, sejam da cultura do açúcar como da mineração.
    Na região de Aracati, Sobral e Jaguaribe, o charque passará a ser a principal atividade econômica, destacando-se sobremaneira a cidade de Aracati, principal produtora e exportadora da carne salgada no CE. A Vila de Fortaleza, que já era desde então sede administrativa, vivia apenas do comércio entre as regiões e importação e exportação de produtos portugueses, inclusive do controle das boiadas, nos grandes mercados, onde eram feitas as pesagens e os tributos em cima da carne. Não era a Vila mais povoada até então, rivalizando, sobretudo com Aquiraz, que é escolhida sede da Justiça, ou Ouvidoria da Coroa.
          HEGEMONIA DE FORTALEZA;
  Já no final do século, Fortaleza começa a ganhar destaque pelo seu ganho populacional: uma grave seca ocorrida em 1777 que gerou uma onda de emigração muito grande para a capital, o “boom” de exportação do nosso algodão por conta da revolução industrial inglesa e a guerra de independência norte-americana que colocou-nos como ponto principal de importação do mercado Europeu, mais as câmaras de comércio cada vez mais recorrentes, fez com a população da cidade mais que dobrasse em 20 anos. Algodão esse que a partir dos anos 1800 se tornará o nosso principal produto agrícola e de exportação, dominando a região do sertão central e cariri, tendo em vista a decadência do nosso charque que passou a concorrer com o que era produzido na província do Rio Grande do Sul. Além disso, o clima e território propícios, fez com que nosso algodão ganhasse grande valor de mercado na Europa e mesmo internamente, sendo o carro-chefe de nossa economia, contribuindo para o acúmulo de capitais e desenvolvimento das vilas, a partir de então, Fortaleza que já era um pólo comercial, torna-se também um pólo exportador, sobressaindo-se em relação a Aracati – ganha vários investimentos da Coroa em infra-estrutura e estradas, principalmente com a desvinculação em relação a PE.  *Importante destacar: na pecuária a mão de obra era a indígena e os homens livres, nas poucas fazendas de engenho a mão de obra era indígena e negra, na agricultura a mão de obra eram os homens livres e índios e na cultura do algodão eram usados homens livres e índios, que já estava em decadência (o índio foi a principal mão de obra nos séculos XVII e XVIII, passando depois a ser principalmente a de vaqueiros e homens livres, o sertanejo de maneira geral. ¬Uma curiosidade é que houve na região do Cariri, a existência de atividade mineradora em meados do século XVIII, onde aumentou bastante a quantidades de negros existente em nossa terra. ** as doações de terras ao longo da colonização do CE se deu pela mecanismo das SESMARIAS, carta de doação dada diretamente pela Coroa para habitação e cultivo das terras. *** a principal mão de obra em todo período colonial foi composta por trabalhadores livres de outras províncias, principalmente BA, PE, SE, PI. As primeiras expedições portuguesas em terras cearenses no inicio do séc. XVII tinham como principal objetivo expulsão de piratas e invasores, e construção de fortes militares para servir de ponto de apoio, principalmente na rota para o Maranhão, que sofria grande presença de francesa e holandesa.
         
            CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR: Ocorrida em 1824, como desdobramento da Revolução pernambucana de 1817, teve participação dos estados de PE, CE, RN, AL e PB. Movimento de caráter liberal, emancipatório e separatista, é financiada pela Elite pernambucana em reação a dissolução da Assembléia Nacional e outorga da Constituição de 1824 por Dom Pedro I, além da intervenção nos presidentes de Província, o que interferiu no sistema de poder local que já se apresentava forte em cada região. Houve proclamação de uma República, conflitos armados e uma nova Constituição baseada na da Colombia. Movimento inspirado nos ideais iluministas que assolavam a Europa e que já havia chegado por toda América, gerando diversos processos de independência colonial. Aqui no CE o movimento foi capitaneado pela família Alencar na Região do Cariri, ainda sob grande influencia pernambucana, e teve como personagens principais Pereira Filgueiras, o Pe. José Martiniano de Alencar e seu irmão Tristão de Alencar, sendo comandante das tropas rebeldes. O CE foi o último estado a se render às forças imperiais já em novembro de 1824. As tropas federais eram majoritariamente formada por mercenários, sob o comando do escocês Lorde Cochrane. A repressão foi cruel por parte do Imperador, condenando a morte todos os líderes que sobreviveram as libertação dos escravos, para não ferir os interesses dos grandes comerciantes e proprietários de terras Pernambucanos. O nome Confederação do Equador se deu pelo fato das províncias participantes ficarem próximas à linha do Equador. Foi o primeiro movimento geral de separação no novo Império Brasileiro, contribuindo para queda brutal de popularidade do Imperador. Teve apoio da Igreja em suas respectivas províncias.batalhas, como Frei Caneca, Pe. Mororó entre outros. O movimento teve forte influência da Maçonaria e da Imprensa, todavia, apesar de liberal, paradoxalmente não defendia a libertação dos escravos, para não contrariar os interesses dos senhores donos de terras.

2 comentários:

  1. Oi adorei.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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