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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A QUARTA REVOLUÇÃO

 Ao longo dos últimos 260 anos, a humanidade se transformou socialmente, economicamente, politicamente e cientificamente, de uma maneira que provavelmente desde o surgimento do período Neolítico nunca antes tenha acontecido. Estamos falando das grandes revoluções conjunturais e estruturais. Primeiro, no século XVIII, a partir de 1750, com a Primeira Revolução Industrial, depois no final do século XIX, a segunda revolução industrial-tecnológica, com a consolidação do capitalismo industrial, o aumento exacerbado das fábricas, a internacionalização das empresas, etc. Mais precisamente desde o início dos anos 90 do século XX, vimos surgir a terceira revolução tecnológica e a mais significativa de todas. Significativa, pois que se as outras duas foram conseqüências de uma mudança nos paradigmas que sustentavam a sociedade moderna, esta terceira ao contrário, foi quem gerou e está gerando essa mudança paradigmática. Ou seja, com o aparecimento do capitalismo, do renascimento, das revoluções religiosas na Europa, o homem passa a desenvolver o que hoje conhecemos como ciência, se põe como centro do universo, amplia sua cosmovisão, ou visão de Universo. Essa profunda mudança de paradigma, filosófico-religioso, culminou com o aparecimento da burguesia, do desenvolvimento das diversas filosofias, das ciências humanas e exatas, de uma reestruturação social quase completa entre outras coisas, o que gerou as revoluções tecno-científicas. Deus perdeu espaço, passou a ter residência quase exclusivamente dentro dos templos religiosos. A busca humana se direcionou ao poder temporal, material, às suas necessidades primevas, ao tátil. Esta terceira revolução à que me refiro, logicamente é a revolução das tecnologias de informação, o computador, o celular, a internet, as redes sociais, a informatização quase que completa do planeta Terra e a conexão quase total de todos. Tudo isso fez e faz uma transformação sem precedentes na organização e nas relações sociais. O mundo torna-se cada vez “menor” e ligado, acabam-se as fronteiras nacionais e com elas as de outros tipos, o homem conhece cada vez mais os de sua espécie, fala línguas diferentes, conhece culturas, gostos, comidas, danças, vestimentas diversas, seu psiquismo se torna refém de uma grande avalanche, seu mundo interior se encontra no meio de um turbilhão, enfim, o homem reinventa-se.
      As duas primeiras revoluções se deram de maneira bem mais gradual que esta última, além de atingirem parte por parte de toda a sociedade, seguiram uma lógica perfeitamente cognoscível. Essa não, nasce grande, e como disse, as duas primeiras são conseqüências de mudanças na cosmovisão da sociedade que resultou em conseqüências no modo de gerar riquezas e do ser social. Já na Terceira Revolução, o que percebemos é que ela parece não ter pai ou mãe, de ter uma ideologia por trás, muito menos um paradigma. No máximo pode ser a conseqüência de uma grande confluência de pensamentos e visões de mundo, provavelmente muito mais em decorrência de um surto de desenvolvimento e uma busca incessante pelo controle do meio e do Espaço, todavia  está gerando um novo paradigma científico, psicológico e social. Se a ciência convencional pensava estar atingindo seu ápice, descobre agora que apenas começa penetrar um caminho tão profundo quanto a ignorância humana, tão vasto como o próprio Universo, que aliás, ainda não entramos num consenso se ele é infinito ou finito, se está em expansão ou retração, assim como a filosofia da ciência não pode afirmar ainda se o conhecimento humano tem ou não seu limite. E isto é a primeira vez que ocorre com o homo sapiens, acho até que é mais revolucionário que a invenção da fala, da escrita, da roda ou do fogo, porém cabe e está aberto novas discussões sobre esse aspecto.
       Com a revolução da informática e da comunicação, o ser humano passa a ser onipresente, onisciente, ser causa de quase todos os efeitos, pelo menos do ponto vista social, é como se ele de fato assumisse a posição que já foi do Creador...a de Criar! Criar coisas, criar quase tudo. E isso tem gerado mudanças demasiadamente significativas, levando a uma ruptura do pensar humano, levantando dúvidas, perguntas que jamais foram perguntadas, levando à reflexões e abstrações que há poucos anos seriam imagináveis, inalcansáveis ao pensamento humano. Mais que isso, tem mexido com gerações -  todas as anteriores que ainda existem, as que estão surgindo e as que surgirão, mas tudo isso numa velocidade e numa capacidade de impactar sem igual, talvez por isso, sejam as mais radicais revoluções existentes na história da raça homo-sapiens. Será que ao menos temos uma vaga ideia de como nosso modo de vida se tornou dependente de tudo isso?! Será que ainda lembramos de como era antes de tudo, do celular do computador ou da internet?  Será ainda concebível a política, a economia, as relações sociais sem isso? Estamos preparados para lidar com tamanha transformação? Estar no Brasil e falar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo de forma imediata, namorar, conversar, discutir, interagir através de orkut’s, blogs, facebook’s, e-mail’s, sítios, etc. A velocidade, a quantidade e a qualidade de informações é algo estupendo, tudo isso gera conseqüências até mesmo imprevisíveis. A questão é; a nossa vida melhorou? O homem está mais feliz atualmente? O homem que conhece bem mais do seu semelhante já desvendou os maiores mistérios e segredos de si, seja no corpo ou na mente? O ser humano aprendeu tudo o que tinha para aprender com experiências dolorosas do passado? Um olhar menos atento e mais superficial logo dirá -  bobagem a resposta é fácil: claro que SIM, temos tantas coisas que facilitam a nossa existência que não tínhamos antes, tudo avançou, da sociologia à medicina e por aí vai!
     Pois vejamos, a OMS insiste afirmar ano após ano que a doença que mais atinge ao ser contemporâneo é a depressão, os índices de suicídio, de dependentes de remédios e drogas de todas as espécies só aumentam, ainda temos milhões de pessoas no mundo morrendo à fome, que não tem acesso as mínimas condições de vida, o homem ainda está em guerra por todas as partes do mundo, ainda vive de forma tribal, sectarista e auto-destrutiva, e mais que nunca está escravizado ao dinheiro. Não vemos mais cultura nas pessoas, elas não lêem mais que antigamente, e se a expectativa de vida aumentou significativamente, nunca antes foram vistas tantas doenças e epidemias. Se antes o homem era escravo de outro homem, ( não que ainda não exista escravidão), atualmente ele é totalmente escravo de um modelo, de uma idéia, ideologia, de um sistema, que possui vertente econômica, social e política. Muitos festejam e se orgulham da vitoria que chamam de total e absoluta do Capitalismo. A solidão se instalou nos corações humanos, o ser humano tão onipresente e onisciente, talvez nunca antes tenha distado tanto de si mesmo e de seus iguais. A Raça se encontra em crise, e dá mostras claras de se encontrar em grande confusão e desequilíbrio, seja psicológico ou biológico, está aparentemente perdido, e as poucas lideranças que tem aparecido para indicar um novo caminho não têm sido suficientes. O SER está Só! Busca muitas vezes, de maneira desesperada e imatura à Deus, numa tentativa quase sadomasoquista de encontrar a si mesmo e retomar o caminho da felicidade, pois que tem perdido esperança e mostra estar decepcionado com as ciências, que tanto prometeram extirpar o sofrimento da Terra e não o conseguiram. Quando não é Deus que procuram, buscam satisfação imediata nos vícios e prazeres estapafúrdios que somente realçam todas essas mazelam a que nos referimos. O que está faltando? Qual a solução? Existe um modelo político-econômico auto-suficiente e perfeito capaz de gerar felicidade total ao homem? Todas essas perguntas e todas outras que vão à mesma direção tem por resposta uma única: A quarta revolução, ou Reforma Íntima!
        O homem atual se eleva a cima de quaisquer perspectivas antes imaginadas, porém sobre lacunas vulneráveis em terrenos de areia. Falta-lhe o básico e o óbvio, o autoconhecimento. É como se estivesse fazendo uma imensa curva para chegar a um ponto que sempre encontrou-se logo à sua frente, mas sua visão turva não lhe permitira enxergar antes. Desprendeu um grande esforço e dispensou doses cavalares de energia para começar a compreender a sua verdadeira natureza, objetivo e capacidade. Oras, autoconhecimento esse, que já é bem conhecido de nossos antigos, seja na Magna Grécia de Sócrates ou no Egito de Akhenaton, na Pérsia de Zoroastro ou na Índia dos Vedas,  na China de Lao-Tsé e Confúcio ou na Roma de Sêneca e os discípulos de Zenão,  que era grego por sinal. O homem na verdade não descobre nada, apenas relembra e se volta ao seu passado, que tantas vezes lhe parece um grande cofre fechado hermeticamente, mergulha no ocultismo-esoterismo de tradições bem antigas, ou busca dar uma nova interpretação ao judaísmo-cristianismo e islamismo, começa a  ver que nada poderia ou deveria ser desenvolvido e construído sem um completo auto-domínio. É esta revolução que está prestes a acontecer de fato, que falta, e não falta apenas para completar um lindo quebra-cabeça incompleto, mas porque é esta a  pedra angular que lhe facultará o gozo completo de suas faculdades e potencialidades, o que fatalmente resultará em felicidade e paz social. O ser passando a conhecer-se profundamente, passa a melhor ver sua realidade e seu mundo com tudo aquilo que lhe pertence. Desaparecem-se os sectarismos infantis, deixa-se de lado a busca incessante e ordinária por poder, pois que se compreende que numa sociedade que todos só querem ter e ter, falta para muita gente, mas numa sociedade em que todos preocupassem-se em dar e dar, todos receberiam em abundância, pois o Planeta Terra é abundante, o UNIVERSO  é abundante. Realmente aprendería-se que temos a mesmo origem e somos iguais, nosso DNA dá mostras claras disso.
       Mas esta mudança se torna cada vez mais perceptível e chama atenção de um número crescente de pessoas. E podemos perceber este movimento em quase todas as facetas sociais - na ciência a física quântica vem ensinar a pequenez do homem perante as leis do universo e a relatividade das mesmas dependendo do que é analisado, ao demonstrar que a matéria “não existe” e que é muito mais um conceito, uma idéia, já que é formada por átomos e partículas menores como quarks, neutrinos entre outros, e tudo isso  é energia, fazendo  modificar radicalmente nossas crenças e nosso papel no universo, na verdade derruba por completo qualquer desejo de se afirmar o que de fato é o universo, pelo menos por agora. A parte esotérica de todas as religiões tem aparecido e se tornado bem mais acessível e popular, trazendo novos paradigmas à religiosidade humana. A medicina tem andado a passos crescentes em direção ao Holismo, os movimentos sociais humanistas tem ganhado força, a luta contra o autoritarismo e corporativismo tem se intensificado, já não aceitamos como raça humana de maneira racional, os assassinatos, e mesmo naquelas sociedades que defendem ainda a pena de morte, é após um processo jurídico, que falho ou não, cada vez menos está sob a batuta pessoal de alguém. Nossa sociedade já rejeita sacrifícios humanos, a escravidão, a extorsão e a exploração do fraco pelo forte, mesmo que essas práticas tenham progredidos à formas mais sutis, já não se aceita de bom grado tudo isso! Sinal de que o homem se encontra mais consciente. Muitos ao lerem tudo isso debocharão, discordarão e até mesmo se revoltarão contra essas palavras, argumentando inclusive que estou caindo em contradição com o que foi afirmado linhas a cima e com as evidências que temos diariamente em nossos noticiários e cotidiano. Entretanto precisamos compreender o seguinte: como afirmava e demonstrou perfeitamente Marx, todo modelo traz em si, dialeticamente falando, o gérmen da sua antítese, logo com tanta destruição e desgraça, de forma simultânea inclusive, vemos nascer um movimento em direção oposta. Aí temos as ONG’s de defesa social, a busca pelos direitos humanos, movimentos de jovens inclusive de filantropia e assistência de diferentes maneiras, uma busca incessante por igualdade social e justiça. É a dualidade em plena ação. E como nos disse o nobre pensador, da tese e sua antítese, teremos uma síntese, que é o que ainda está para acontecer, ou seja, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar, na síntese encontraremos características tanto da tese como de sua antítese, todavia não é nem uma coisa nem outra. Se temos por um lado fanatismo religioso, temos do outro materialismo intenso, a síntese de tudo isso será uma religiosidade nunca antes experenciada pelo homem, uma ligação direta com a divindade, sem precisar de intermediários, seja de pessoas ou instituições, mas também não oprimiremos as ciências, que terão seus espaços, mas como algo concomitante na vida do ser, tanto a religião e a ciência deixarão de ser um fim intrínseco e passarão a ser meios de algo, à felicidade e o desenvolvimento humano. Se tivemos uma briga ferrenha entre capitalismo e socialismo e aparentemente o capitalismo venceu, temos um quase esgotamento da sociedade, virou um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir e gerar caos. Teremos muito em breve o nascimento de um modelo novo seja qual for o nome dado, sem grandes revoluções ou teóricos,  de forma natural, até mesmo porque será muito mais uma conseqüência de mudança de pensamento e paradigma do que uma ruptura completo com o passado como pretendia os antigos filósofos comunistas. Se tínhamos e ainda temos a exploração do homem pelo homem, teremos a partir de então a cooperação, a sustentabilidade,  projetos de desenvolvimento a longo prazo. Se tínhamos antigamente o isolamento de culturas, o preconceito ferrenho ao diferente, e  hoje estamos angustiados e aflitos com a globalização e a universalização da cultura em detrimento das particularidades regionais, teremos em breve, a fundição do todo com o particular, com a manutenção das singularidades e o desenvolvimento das sínteses em todo mundo. A Terra não será nunca um Planeta absolutamente homogêneo, todavia será bem mais coeso, harmônico e equilibrado.
       Tudo isso só será possível através desta quarta revolução, que se é verdade que ela é a única de cunho totalmente filosófico-abstrato, é também a única capaz de ensinar verdadeiramente o significado de paz social. É no autoconhecimento que o homem compreenderá melhor o sentido de termos já tão utilizados hoje em dia, como pró-atividade, alteridade, respeito às diferenças, crescimento nas desigualdades, complementaridade e simultaneidade. Como já fora ensinado no Egito Antigo nas escolas de mistérios dos sacerdotes, o que está em cima é igual ao que está em baixo, ou como diria Einstein, o micro-cosmo é a repetição do macro-cosmo, assim, sendo o homem biologicamente e fisicamente inclusive, é uma imitação do universo. Afinal tudo é energia, é composição distinta dos mesmos átomos e como nos ensinou Lavoisier, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, o carbono que compõe o diamante, substância mais dura conhecida do homem é o mesmo que compõe a frágil grafite, o carbono que compõe nossas células é o mesmo que está “dentro” das mais resistentes rochas. O oxigênio que nos dá vida, é o mesmo que mata microorganismos responsáveis pelo desenvolvimento dessa mesma vida orgânica no planeta. Eis a dualidade do mundo  que o homo sapiens-sapiens, parece finalmente aprender, a enxergar dentro de si, a se ver como parte do todo.  Além do mais, se fazemos parte de uma raça única e brilhante, pois somos capazes de nascer analfabetos e ignorantes, através do pensamento que desenvolve novas conexões cerebrais por conta das interações dos neurônios, aprendemos a falar, a abstrair, a raciocinar, a filosofar e desenvolver as maravilhas que conhecemos atualmente. Existe desafio e obstáculo maior que esse? Para muitos pedagogos modernos não!
      Oras, se podemos fazer tudo isso, será que é algo tão complicado se conhecer, reformar nosso íntimo, nossas idéias, conceitos, preconceitos, nossa cosmovisão e construir um novo paradigma que una ao invés de separar, que conquiste e coopere ao invés de explorar? Decerto que não, por isso se faz imediato a necessidade de empreendermos toda a nossa inteligência e todos os nossos esforços em prol disso. Quando isto tudo for plenamente praticado e aceito, uma certeza imediata -- a verdadeira realidade se descortinará perante nosso verdadeiros olhos, os do espírito! E lembrando, o tão famigerado Ponto de Mutação muito bem descrito e teorizado pelo brilhante físico teórico Fritjof Capra, está iminente, a menos de um palmo do nosso nariz, a bem da verdade ele já se iniciou, e como a hora mais escura da noite é a última hora da madrugada que antecede o nascer do esplendoroso Astro Iluminado, o Ponto de Mutação já começa a aparecer no horizonte com toda sua beleza púrpura!

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